Inspiração 4 projetos para viver no limite

Inspiração

4 projetos para viver no limite

Seja por um clima difícil ou pela falta de luz ou de espaço, as adversidades não são páreo para que o homem habite os lugares mais extremos do planeta.

Ângulos no Ártico
Svalbard Science Centre, Noruega
Construir um campus em um dos pontos mais remotos do planeta e com temepraturas próximas às do lugar mais frio do mundo – Svalbard fica entre a Noruega e o Polo Norte – foi o desafio vencido pelo escritório JVA. Tudo foi pensando em função do clima. Os ângulos incomuns das paredes evitam o acúmulo de gelo. As janelas oblíquas em direção ao piso externo fazem com que, durante os dias escuros de inverno, quando a temperatura chega a -30°C, a luz artificial escape pelos vidros especiais, rebata na neve e volte para dentro. Já nos longos dias claros de verão, o sol do ártico é baixo e a inclinação das fachadas facilita a captura dos raios. Além disso, aberturas internas oferecem perspectivas de todo o conjunto, ampliando a sensação de espaço.

Vila dos iglus
Hotel Kakslauttanen, Finlândia
Considerada uma das sete maravilhas do mundo natural, a aurora boreal era um fenômeno que, para ser apreciado, exigia longas caminhadas no frio intenso e noites dormidas em barracas sob a neve. O frio continua o mesmo, mas o Hotel Kakslauttanen deu um jeito no conforto. Cravados no deserto próximo ao Parque Nacional Urho Kekkonen, na Lapônia, 20 iglus de vidro térmico (à dir.) projetados por Risto Eräpohja permitem ao viajante observar o espetáculo das luzes do norte em um lugar quente o suficiente para tornar a experiência (mais) agradável. Detalhe: os vidros são frost-free. Toda a tecnologia tem uma explicação: embora a aurora boreal seja visível entre agosto e abril, o período nobre é na escuridão dos meses de inverno, quando a temperatura externa pode chegar a -40°C.

Celeiro na planície
Remota Hotel, Chile
Projetar um resort é algo de certa forma comum. O repertório pouco varia de suítes diversas, grandes piscinas e extensa área de lazer. Difícil é criar um com tudo isso e que ainda pareça ter brotado naturalmente no cenário. Assim é o Remota Hotel, em Puerto Natales, na Patagônia chilena, concebido pelo arquiteto Germán del Sol. A inspiração do prédio vem do pastoreio de ovelhas, principal atividade da região – por conta do frio e do vento, boa parte da criação acontece em grandes galpões, que, ao longo dos anos, se tornaram parte indissociável da paisagem. Dessa forma, o Remota foi feito para aparentar que sempre esteve lá, apesar de sua inauguração relativamente recente, em 2007. Próximo ao extremo sul da Terra, o melhor a fazer é viver como os seres que há tempos habitam a vastidão das planícies patagônicas.

Aperto Urbano
Casa Keret, Polônia
Em um vão com menos de 1,50m de largura, espremida entre dois prédios de Varsóvia, fica a casa mais estreita do mundo (ao lado). Construída com base em uma estrutura de metal e placas de acrílico, a Casa Keret, do arquiteto Jakub Szczesny, é, antes de tudo, uma obra de arte, cujo objetivo é questionar a falta de moradia e os rumos que a cidade tomou após ser destruída na 2ª Guerra Mundial. Atrás da fachada de 1,22 m escondem-se copa, cozinha, banheiro e quarto com escrivaninha.

Não adianta falar em acessibilidade ou dimensões mínimas estipuladas em normas de construção. A Keret não obedece a nenhum critério prático. A entrada é pelos fundos, por uma escada basculante. Já para chegar ao piso superior, é necessário utilizar uma outra escada, como as de andaime.O banheiro tem espaço para a bacia sanitária, mas o chuveiro fica preso a um canto do cubículo e há uma única pia, que serve tanto para o toalete quanto para a cozinha.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *